...dar de caras com uma qualquer foto de Roma na TV, num livro, num qualquer facebook e ter automática e involuntariamente mil memórias a correr no meu imaginário, para depois constatar que nada pode ser recuperado. Dói muito... É normal?

Queria voltar a ter esta vista à distância de uns minutos de autocarro
Queria voltar a sentir-me uma turista com estadia de 6 meses em vez de 6 dias

Queria poder dobrar uma esquina qualquer e tropeçar num pedaço de História

Queria voltar a poder ter o tempo e o espaço para saborear... Uma livraria, uma rua, uma igreja, uma música no lugar certo, uma saída com pessoas iguais a mim, uma simples viagem de metro que tem prazo de validade.
Acho que dói tanto porque, desde o início, tudo tinha um prazo de validade... E foi essa realidade corrosiva que me fez ter consciência de que cada segundo tinha de ser absorvido.
A dor pode ser uma coisa boa...
Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias...
Lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...
E se inventássemos o mar de volta?
E se inventássemos partir, para regressar?
2 comentários:
Quando leio relatos como o teu até tenho medo. Neste momento sou eu o turista. Não em Roma, mas em Barcelona. Embora as cidades sejam diferentes, desconfio que o espírito ERASMUS é bastante parecido...
Ficam as boas memórias. Não é a mesma coisa, eu sei! Mas são sinal de que vivemos e apreciamos o que passou!
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