30 abril, 2012

Estamos à beira do precipício, e damos passos em frente

Que ninguém diga que este governo não trabalha. Muito mal, mas trabalha. Sobretudo a imaginação. Todos os dias somos brindados com novos impostos, novas taxas e prolongamento da austeridade, ao mesmo tempo que nos dizem que Portugal está no bom caminho. A boa nova de véspera do Dia do Trabalhador é a de que os subsídios de férias e de Natal serão apenas repostos na íntegra em 2018.

Primeiro era em 2013, depois afinal tratou-se de um "lapso" e a roubalheira foi adiada até 2015. Como a desculpa do lapso já foi usada, toca a argumentar que a coisa começa em 2015, sim, mas será "gradual". Um gradual que dura três anos, mas que ainda assim deixa margem de manobra ao ministro para voltar a adiar. Isto porque "não é certo que o ritmo de reposição seja este, já que vai depender do andamento do ajuste orçamental, anunciou nesta segunda-feira o ministro das Finanças, Vítor Gaspar".

Não se nota, mas eu estou aqui aos pulos de contente, a aplaudir a medida e a gritar em conjunto com o Gasparzinho: ESTAMOS NO BOM CAMINHO! IUPI! E nem sequer sou funcionária pública. O chato é que sou portuguesa, a trabalhar em Portugal, e mais uma vez se percebe o quão bem devemos estar quando nos tentam impingir a balela do "estamos no bom caminho".

Só não percebo se "bom caminho" quer dizer morrer de fome na lusa pátria ou emigrar para bem longe desta parvónia.
Para reflectir.

4 comentários:

Cirrus disse...

Eh lá, estás a pensar emigrar? E fazer aquilo que os gajos querem? Olha, eu só para chatear, fico e não se fala mais nisso...

Sara non c'e disse...

Eu pensar já pensei, mas sou jornalista e a crise na área é global... Mas na maior parte dos casos a emigração não é uma mera opção, é a única saída de um país que tem para oferecer todos os dias novos impostos, desemprego e outros mimos...

Catsone disse...

Se tivéssemos o Sampaio este governo já teria caído?

Sara non c'e disse...

Não sei, Catsone... Eram outros tempos... Agora temos de medir cada passo, para não enervar suas divindades, os mercados... Mas digo-te: não sei se este PS era uma solução muito melhor... Estamos entregues à bicharada...