Esta manhã, no trabalho, a minha chefe conta-me que uma jovem norte-americana de 24 anos ganhou um Pulitzer. Tem piada porque, um pouco antes, esta jovem ermesindense estava no banho a magicar em como há-de arranjar a carteira de jornalista se ninguém no seu trabalho a tem (se não tiver um orientador no meu local de trabalho com carteira, o meu tempo de trabalho como jornalista não conta para obtê-la).
A notícia provocou-me logo aquele sentimento de inferioridade. Então essa lambisgóia não tem consideração pelo mal estar que provoca às outras jornalistas de 24 anos que nunca ganharam nada? Enfim!
E lá fui eu ao Google pesquisar por “24 year-old-girl wins pulitzer”.
E lá fui eu ao Google pesquisar por “24 year-old-girl wins pulitzer”.
Abro a página e vejo que, para além de ter a minha idade, se chama Sara.
E que também acabou o curso em 2008.
(…)
É de deixar uma gaja que passa 8h por dia sentada em frente a um computador ligeiramente frustrada. Mas muito dificilmente eu seria uma Sara Ganim. Vejamos duas contrariedades inultrapassáveis:
1 – “she wakes up at 3 a.m. or 4 a.m. most mornings and starts working”. Eu deito-me à 01h e acordo as 08h, mas só saio da cama depois de meia-hora de luta comigo mesma. Se houvesse um Pulitzer para quem dorme melhor, aí sim eu seria uma séria candidata.
2- Ela trabalha na secção de polícia. Quando fui para o JN, dei graças a São Francisco de Sales de não me terem colocado nessa secção específica. O drama, o horror, as rondas pelas esquadras, as incursões pelo Aleixo. Nããããããão!
Olha, Sara Ganim, congratulations, sim senhor. No fundo fico muito contente por ti. Mas mantém-te no anonimato, se faz favor. Não quero que os meus pais percebam o desgosto de filha que eu sou :(
1 comentário:
gostei muito do estilo do seu blog, simples e criativo
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