31 janeiro, 2012

Somos todos muito bons, ou a vida de 'refugiada'

A TVI fez uma reportagem muito gira, que passará ao lado de muita gente que está farta do tema cliché Lisboa-Porto, quem é o melhor, quem é que é mais hospitaleiro, quem é que trabalha mais, quem é que tem pior sotaque, quem é que tem mais luz.

Mas uma reportagem como esta pode dizer muito a quem deixou a sua cidade, os seus amigos e a sua família e começou uma nova vida 300Km mais a sul, porque as oportunidades escasseiam em casa. Soube-me muito bem ver isto, reviver o que senti quando cá cheguei (ó raça de gente queque, pouco frontal e antipática), e o que ainda vivo diariamente, quando cometo o erro de dizer coisas como "carapins", "à minha beira" ou "são duas menos um quarto".

A verdade é que tenho cada vez mais colegas nortenhos por cá, o que é um péssimo sinal dos tempos.
Querem outra verdade? É claro que não somos assim tão diferentes. Estamos a falar de 300Km de distância dentro de um mesmo país, e que até é um dos mais antigos do mundo. Não estamos a comparar o Porto com Kinshasa.

Mas entre as diferenças que existem, prefiro as minhas gentes, a minha cidade. E a resposta é mais ou menos óbvia precisamente por isso. A minha cidade é a minha cidade, ela está em mim, eu partilho mais características com aqueles que foram criados comigo do que com aqueles criados a 300Km. Eureka!

Obviamente que isto fica neste blogue. Se me perguntarem, direi sempre que Lisboa é uma porcaria, que as pessoas não têm nada a ver comigo e que sou uma refugiada infeliz, cuja parte preferida em Lisboa é a placa que diz "Porto".


Ah, sim. A dita reportagem:
http://www.tvi.iol.pt/mediacenter.html?mul_id=13564599

1 comentário:

Caetana disse...

Eu adoro Lisboa, acho uma cidade linda de morrer e não acho os Lisboetas minimamente antipáticos. São um pouco paternalistas com quem é do Norte, contam pelos dedos de uma mão as vezes que vieram "ao Norte" (que lhes parece uma realidade muito distante e provinciana), mas, à excepção disso, até gosto deles! :D