16 fevereiro, 2010

Gritos mudos chamando a atenção

 Leio mais um anúncio de emprego, e tantos que existem para jornalistas que nem sei como há desemprego na área. Leio que oferecem 150€ de subsídio de alimentação e transporte. É isto que oferecem pelo trabalho de um licenciado - nem que fosse pelo trabalho de um analfabeto preguiçoso - e dou por mim a pensar 'caramba, este nem é mau, pelo menos pagam qualquer coisa'.

Junto-me a mais um grupo no Facebook, este chamado de Grupo Contra o Trabalho Precário.
Venho aqui e faço mais um post inútil em mais um dos milhares de blogues que proliferam pela web, junto com os anúncios que me fazem pensar 'que raio de país é este'.

Chego à conclusão de que os 10% de desempregados (esta percentagem inclui pessoas à procura do primeiro emprego? inclui licenciados empurrados para estágios curriculares onde auferem uns impressionantes 150€) não estão com paciência para ouvir as escutas do Sócrates, que o sustento da sua casa constitui uma dor de cabeça maior do que as casas na Beira construídas ou não pelo engº. Sócrates, chego à conclusão de que esta gente não tem dinheiro para ir fazer compras ao Freeport.

Há tantos anos que os media vêm cada vez mais a ser controlados, condicionados pelo poder económico (continuarão a ser depois de já toda a gente ter esquecido a Face Oculta), que Portugal só acorda quando o condicionalismo mostra a face política do problema. 
Quem me dera que acordássemos todos juntos para outras coisas. 

Abril faz falta hoje, não por causa da porcaria do Face Oculta, mas sim pela atitude, pelo espírito de luta e reivindicação nacionais pelos nossos direitos. Mas acho que a essência de Abril também está no desemprego.

1 comentário:

forteifeio disse...

Muito bem visto, enquanto as vozes não se juntarem não passaremos de um pequeno grito...