Um deserto de ideias, mantido por um cérebro composto apenas por alguns grãos de areia.
01 setembro, 2009
1 de Setembro de há 70 anos
Há cerca de 70 anos, um baixote de bigode ridículo achou que devia começar a invadir territórios. Esta é a imagem que retrata o início de um conflito que já parecia muito provável... E que durou 6 tenebrosos anos, dizimando os milhões que já se sabe.
É a minha parte preferida de toda a História. Se calhar porque mói a consciência, pensar que todas aquelas barbaridades que foram sendo cometidas ainda conseguem ser contadas por alguns dos seus protagonistas.
Sempre desejei um dia poder ter a oportunidade de falar com um soldado que tivesse estado nos campos de batalha da II Guerra Mundial, de preferência alemão. Perguntar-lhe-ia mil coisas!!
A oportunidade de uma vida deu-se há duas semanas, em Berlim, num parque com bancos de madeira, árvores alinhadas e um palácio como vista de fundo. Um simpático idoso ofereceu-se para tirar uma foto a mim e ao meu namorado. Como nós não falamos alemão e o senhor não falava inglês, a conversa deu-se em italiano.
Hum... 'mas como é que o senhor arranha tão bem o italiano', pensei eu, sem ter tempo de conter as palavras dentro da boca.
O simpático idoso falou-me das férias passadas em Itália, sempre que pode. Que Itália é o país "del mio cuore". E timidamente encaixou na conversa que a Grande Guerra dele foi passada em Itália (pelo menos inicialmente).
A conversa não se desenvolveu mais por aí. Contive-me até às unhas dos pés para não o bombardear (se calhar esta não é a palavra mais adequada para o momento...) com perguntas, que iam sair disparadas (raios!) a velocidade muito inconveniente. Nem era preciso o senhor ter ficado com algumas lágrimas nos olhos por ter abordado ao de leve o assunto... Eu não tinha coragem de o obrigar a mexer em memórias tão bem guardadas.
Mas fico a remoer nisso. Na oportunidade única que tive de falar com um soldado alemão da II Guerra Mundial, que vive feliz aos 80 e muitos anos com a mulher numa zona lindíssima de Berlim, junto a um parque onde só se ouvem os pássaros.
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2 comentários:
Há memórias que de certeza ele preferia esquecer!
Fizeste bem em não lhe perguntar nada! Já basta o que viveu na pele, para quê ter que o recordar?
Gostei do texto, uma forma diferente de lembrar o início de um momento terrível da História.
Esperemos que a historia não se repita duas vezes...
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