24 agosto, 2012

Drama das 02h01

Estou a ouvir Bon Iver, tenho de acordar daqui a 6 horas para ir trabalhar, mas há algo que me apoquenta mais do que estas duas coisas juntas (já de si altamente deprimentes):

Para o ano vou-me fartar de ouvir a magnífica expressão moura "dois mil e treuze". E não há nada a fazer. Vai ser um ano inteiro disto. Já estou a ver a minha passagem de ano estragadinha:

-Então feliz doismiletreuze!
-...

Não vejo aqui nada para celebrar. Até porque para o ano planeio continuar a viver em Lisboa e a visitar Cascais com frequência (área da mouraria onde a concentração de pessoas que dizem dois mil e treuze é ameaçadora), ou seja, vou ouvir muito disto. Não só na rua, mas também nos telejornais - esses locais sem sotaque, mas onde se diz "encarnado" e "dois mil e treuze" sem qualquer problema, embora trocar v's por b's seja motivo de chacota.

Mas há boas notícias. Depois de 2013 posso descansar 4 anos.
A ameaça regressa em 2018. Dois mil e dezÓito, como se diz por cá. Mas uma chatice de cada vez. Até porque em 2018 a minha geração está toda em Angola e Moçambique. Como é que se pronunciará 2018 por lá?
O melhor é ir reflectir sobre este tema para a cama.

12 comentários:

Sérgio Nunes disse...

não sei se gostei deste post... somos assim tão maus?

Sara non c'e disse...

Claro que não. Eu digo "Sain João", "Bamos" e daqui a 8 anos direi "Dois mil e binte". Não tenho moral para achar que os mouros são piores do que eu, mas a minha função no mundo é resmungar. :)

Sara non c'e disse...

Mas o 'treuze perturba-me, confesso.

Sérgio Nunes disse...

Eu por acaso até acho fixe a "pronuncia do norte".
Para o treuze, tenho uma teoria. Se disseres (rápido e com pronuncia cá de baixo) "13 espadas" e "3 espadas" percebes a minha teoria.
E olha que em cascais há coisas que enervam mais que o treuze: http://www.youtube.com/watch?v=nyqXh-qoSzg

Sara non c'e disse...

Ainda assim, continuo a odiar o treuze. Até porque a probabilidade de utilizar a expressão "3 espadas" mais do que uma vez na vida é muito remota. Já tinha visto o vídeo, ehehe :) Gabo-lhe a coragem (embora a repórter também pareça beta, seguindo os padrões de Ermesinde).

Sérgio Nunes disse...

Estas-me a dizer que as betas de Ermesinde são todas como a Rita de la Rochezoire?
Pelo menos em termos de betas estão melhor servidos que Cascais...

Sara non c'e disse...

Quem? (desculpa, mas o google não me ajudou a saber muito sobre a pequena de sobrenome esquisito :) )

Sérgio Nunes disse...

a reporter beta...
Também não a conhecia antes de ver o video, mas como beta parece-me melhor (mais competente) que aquelas do video...

k disse...

tive de vir comentar!
sempre que dizem isso eu repito "treuze?!". cabisbaixos, os que até são inteligentezitos corrigem-se. e este momento fica marcado na minha memória, para que no momento em que peço uma chicla e me dizem "pastilha?" eu responder "TREUZE!".

e é aqui neste pedaço de campo de batalha que, como em qualquer relação que construímos, vamos conquistando e sublinhando o nosso espaço na vida das outras pessoas.

por isso, em doismiletreuze é bom que estejas em lisboa, porque eu também vou estar, pois ainda temos muitos TREUZES para questionar indignadas.

Catsone disse...

Ó Sara, estava um gajo tão ansioso para que chegasse 2013, j+a que o Coelho diz que vamos sair da crise, e tu vens com essa lembrança tenebrosa?

E camions, também é muito bom. Uma frase onde se ouça "treuze camions" é orgásmica!

Piston disse...

Limita-te a aprender com quem sabe.

Sara non c'e disse...

Foi o que fiz há 20 anos, na escola primária.