Dois meses de residência nova já me dão a segurança suficiente para poder escrever aqui coisas bonitas sem me arrepender no dia seguinte.
Afinal há mais gente como eu. Gente que não gosta de viver numa pocilga, que não rouba comida aos outros e que não faz barulho de madrugada porque sabe que vai incomodar as outras pessoas. É uma cena brutal, isto de contactar com garotada que respeita e gosta de ser respeitada. Posso até dizer que, nesta casa de 13 raparigas, eu sou uma rebelde, pois nem sempre arrumo a minha louça e desafiei as regras ao querer usar o secador na casa de banho a horas impróprias da manhã para fazer barulho (9h!).
Passei do 80 para o 8, mas com tanta gente numa casa só o 8 funciona. Depois de ano e meio de uma experiência horrível, de viver no caos, nesta residência posso quase dizer que sou feliz. Só não digo que sou mesmo feliz porque tenho de partilhar o quarto e porque há formigas em todo o lado. E porque também só há uma banheira para 13 gajas, o que me impede de demorar os meus 45 minutos na casa de banho. Que saudades.
Note-se que isto tem contribuído para que eu tenha deixado de verbalizar tantas vezes a minha frase predilecta "odeio pessoas". Agora uso-a mais no metro, ou para comentar as notícias diárias do mundo da política e da economia portuguesas.
(Tinha de terminar o posto com uma referência a cair para o negativismo. Não quero que se pense que estou a afrouxar, aqui a demonstrar simpatia pelas minhas colegas de casa e a falar em civismo e felicidade).
4 comentários:
Eh pá, oh Sara, vai lá para o outro buraco pá! Ainda perdemos uma lutadora para ganhar uma feliz distraída.
Noto que ando a amolecer... Nem os escândalos diários tenho postado...
Tanta gaja no mesmo sítio, hum...
Somos nós a viver acima das nossas possibilidades. Possibilidade de ter espaço, privacidade, boas condições (...)
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