21 agosto, 2011

Foi um prazer, Paredes de Coura

Sexta-feira fui, pela primeira vez na vida, ao festival Paredes de Coura. Sim, com 24 anos. E sim, é uma vergonha, mas foi-me impossível ir lá antes devido a certos e determinados impedimentos, nomeadamente alguns.

Começo com os defeitos daquele festival: meia dúzia de abelhas.

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E pronto, são estes os defeitos do festival Paredes de Coura, o festival mais fixe onde eu já estive. Estar num festival e ver para o palco já é, de si, uma sensação incrível para alguém com pouco mais de metro e meio de altura. Aquele efeito de anfiteatro natural é incrível! Depois é o verde, a ausência de pó e de tendas VIP, são as pessoas, é... É Paredes de Coura. Sempre me disseram isto e hoje posso, finalmente, concordar.



Depois há a música. E houve muito boa música ontem em Coura. A começar com ...And You Will Know Us By The Trail of Dead. A banda rock com o nome mais comprido da actualidade e com os músicos mais feios do panorama musical deu um concerto curto, mas muito intenso. Foram 6 músicas. Só houve tempo para uma música do Source Tags & Codes e outra do novo Tao of the Dead, o que é uma pena, mas estes texanos deixam saudades. Voltem depressa, e com mais tempo. Combinado?

A seguir vieram os Battles, e eu fui conhecer a zona dos comes e bebes. Foi um concerto fortíssimo, portanto, sentada a falar sobre massagens, stress e um possível ingresso meu no mundo da agricultura, quando eu der em maluca.

Passado este intervalo fofinho, fui a correr ver Deerhunter. Devia ter ido devagar, e devia ter-me atrasado. Mas que raio de som era aquele? Devo ter perdido 20% de audição. Foi uma pena as condições sonoras estarem, digamos, merdosas, porque ainda por cima houve muito Halcyon Digest, um dos melhores álbuns que 2010 viu nascer. Além disto, decidem estender uma música até ao infinito mas sem qualquer pingo de criatividade instrumental, tornando o momento, na minha opinião, apenas aborrecido. Isto não se faz, queridos Deerhunter. Sobretudo depois de eu ter avisado todos os que me rodeavam que a banda que aí vinha era boa. Vocês são bons, mas ninguém acreditou em mim e eu sofri represálias.

Já os Kings of Convenience fizeram-me brilhar. "Ui, é agora que vêm os teus Kings? Vou adormecer!". Foram coisas como esta que tive de aturar, sendo ainda alvo de insultos como "és uma choninhas". Mas depois de um concertaço de Kings of Convenience, éramos todos choninhas em conjunto. Aqueles que desdenharam da banda antes de ela subir ao palco só sabiam dizer "wow!", seguido de vários elogios e penitências por não conhecerem a banda antes, ou não lhe terem dado atenção.

Não foi para menos. O concerto foi magistral.Os Kings of Convenience, dois noruegueses que foram, com certeza, brasileiros numa vida passada, souberam captar as atenções dos milhares de festivaleiros, num ambiente que não será o mais indicado para a sua música - mais amiga de salas fechadas. A viagem que fizeram pelos três álbuns teve ainda o bónus do seu bom humor. "É sempre divertido tocar em Portugal", disseram. Pois é sempre divertido ter-vos por cá, meus pequeninos. Voltem sempre, que eu lá estarei  a babar por vocês e a balbuciar pensamentos soltos em voz alta tais como "lindo!", "fofos" ou "ahhhhhhhhhhhiiiimnhaaaam".



Uma alma caridosa decidiu, em boa hora, filmar o momento em que os Kings of Convenience abriram o encore com "Corcovado", de Tom Jobim. 20 valores para o português de Eirik e mais 20 valores para o trompete vocal de Erlend Øye!

Uma nota final para o concerto que encerrou o dia, Marina & The Diamonds. Se aquilo fosse o festival da Eurovisão, já estava ganho.
P.S.: Eu odeio o festival da Eurovisão.

Paredes de Coura, foi um prazer. Até para o ano, se o João Carvalho assim o quiser, arranjando um alinhamento fofinho.

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