16 julho, 2011

Ode ao regresso à adolescência

Estou com uma paixoneta musical pelos Fleet Foxes no geral e por Robin Pecknold em particular. O homem que escreve as letras dos Fleet Foxes e o dono daquela voz [inserir adjectivos bonitos]. Já não passava por estas infantilidades desde que era, lá está, infantil. Desde que tinha 12 anos e descobri que existia no mundo uma banda chamada Pearl Jam (mas que raio se passa comigo e com bandas de Seattle?).

Nessa altura andava com a voz do Eddie Vedder constantemente na minha cabeça. As músicas que conhecia eram repetidas até à exaustão. Quando tive acesso à net comecei a ir ao WinMX sacar comprar tudo o que contivesse as palavrinhas "Pearl Jam" e "Eddie Vedder". Agora basta-me ir ao google, e sim, também já o fiz (e descobri um EP muito fofo do Pecknold).

Se já andava viciada antes do concerto do dia 6 de Julho no Optimus Alive, agora estou mesmo vidrada. O que ouvimos num álbum de estúdio pode facilmente ser fantástico com recurso a computadores e coisas várias. Claro que também já tinha ido ao youtube ver se aquelas harmonias vocais à capella tinham truque ou se eram mesmo fruto de talento. As notícias foram boas. Mas ver aquilo ao vivo arrebatou-me por completo. É tão bom ter ídolos que não se sentem como tal. 6 gajos que parecem uns hippies alienados no mundo citadino, que cantam sobre maçãs, oceanos e montanhas, com uma simplicidade que me faz querer largar tudo e ser como o protagonista do Into The Wild (sem a parte final, e já agora acompanhada pelo Robin).

Voltei a ter aquele sabor agridoce: ouvir repetidamente músicas que me dão tanto prazer, sempre com o medo de me poder cansar delas. Faço diariamente um esforço para ouvir outras coisas - e o último de Deerhunter, que está tão giro? - mas sempre com aquela vontade de ir ouvir mais uma vez a The Shrines. Ou de ser eu a menina com Sim Sala Bim.

Só peço um favor à restante comunidade: que não haja muitas mais como eu. Porque demasiada histeria pode toldar a criatividade daqueles 6 gajos tão simples. Gostava que eles não se deixassem afectar por este ambiente. Porque eles vão ser (são?) grandes, com tudo o que isso acarreta.


(artigo de Tiago Pereira no Jornal i: http://www.ionline.pt/mobile/135299-fleet-foxes-todos-os-querem )


Já não vou escrever Fleet Foxes nas mesas da escola, nem vou fazer uma tatuagem com símbolos bucólicos. O amor a uma banda é diferente com o passar da idade. É importante, sim, que ele ainda exista. Duvidei.
É também por causa dessa descoberta que me sinto mais encantada.

2 comentários:

R. disse...

:)

eu senti isso por Beirut depois de os ter visto no SW no ano passado. acertaram-me em cheio no coração

Navajovsky disse...

Caramba igual para mim.tudo tudo excepto que a paixão por PJ começou aos 11 e ainda tenho uma enorme pelo jeff buckley