10 dezembro, 2010

Wikileaks, esse Batman, Robin e lobo mau

Belisquem-me, porque o problema pode ser meu, que ando a ler nos sítios errados, mas... Há mesmo mais críticas ao facto da wikileaks existir e revelar coisas que não interessam e que não sei quê e blá blá blá a privacidade de políticos (pagos e eleitos por nós! Eu sei que as pessoas por vezes se esquecem, pelo que convém relembrar a ambas as partes), coitados, e as empresas que precisam de segurança e o camandro, ai que desgraça, maldita wikileaks que é pior que o facebook em termos de privacidade, ai que já não se pode cometer crimes à vontade que vem tudo escarrapachado na internet nem se pode dizer que o Berlusconi é "irresponsável, vaidoso e ineficaz como um líder europeu moderno" (uhhh, notícia bombástica!)?
A sério? Ok, cada um tem a sua visão do mundo.

A mim choca-me mais, sei lá, ter documentos que:

-mostram ao mundo (e aos próprios moçambicanos) que os seus governantes, pagos e eleitos por eles para os defender, compactuam com o tráfico de droga;

-que os EUA queriam obter as passwords do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon (esse perigoso senhor!!!!)

-Revelaram algumas verdades inconvenientes sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão

-Questão dos voos da CIA em Portugal

-Favorecimentos em negócios em troca de determinadas posições e ou alianças internacionais

-Muito e muito mais que vamos sabendo todos os dias.

E, porque não, que um homem se torna dos mais procurados no mundo pela Interpol por acusações de violação que, vai-se a ver bem e, afinal, o abuso dá-se enquanto uma estava a dormir, ou o abuso passa pela preferência em não usar preservativo quando a outra até queria. Ou seja, que as polícias e sistemas judiciais são manipuláveis a este ponto pelos Estados Unidos (e por países que também não quererão ver certas coisas reveladas).

Sim, muita coisa sem interesse e de pura coscuvilhice foi revelada. Há informações mais sensíveis e que vêem agora a sua segurança posta em causa por causa destas revelações. Mas, até ao momento (e não estou fechada a novos argumentos), há coisas tornadas públicas de tamanha importância que suplantam os inconvenientes.
Ahh, maldita wikileaks, que devia ter analisado 200 e tal mil documentos enquanto os seus criadores são procurados e as suas vidas correm risco e devia ter esperado para publicar aquilo que realmente interessava. E que tal... culparem os jornalistas que tiveram acesso aos documentos e acharam que abrir uma notícia sobre Medvedev e Putin serem como Batman e Robin? Ah, não, a culpa é dos ameaçados de morte da Wikileaks, que permitiram que o mundo tivesse provas documentais da sujidade política que se vive, ainda que, para que o soubéssemos, outro tipo de informações tenham sido reveladas.

E o que é que vamos fazer com isso? Com tudo isto que foi feito, com tudo o que estamos a presenciar? Vamos dizer que a wikileaks é uma malandra coscuvilheira e que deve acabar, para podermos todos voltar para as nossas vidinhas inertes.
 
A mim chocam-me mais estas coisas, mas se todos nos chocássemos com o mesmo, o mundo era um lugar melhor. Ou, pela amostra das indignações neste caso, talvez o mundo estivesse perdido de todo.

Admito que possa vir a mudar de ideias, dependendo das repercussões que daqui advierem. E algo me diz que temos debate para uns bons anos...

2 comentários:

Viaggio Mondo - assessoria comunicação disse...

Olá!

Seu blog é muito bom, adorei!

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Bjos!

Cirrus disse...

Concordo inteiramente contigo! A globalização não é só para encher bolsos de corruptos! A informação também circula!