Eu tenho a mania de dizer que não gosto de fazer anos. Sempre me fez confusão festejar mais um passo a caminho da cova. É a questão do copo meio cheio ou meio vazio: podia olhar para o aniversário como o festejar o facto de estar viva, mas eu gosto tanto, mas tanto de estar viva e de ser jovem que fazer anos me deprime, precisamente porque marca um caminho que já se sabe onde vai acabar.
Depois desta introdução deprimente, se calhar ninguém diria que eu neste momento sou uma pessoa muito feliz. Muito plena. Hoje parei para pensar e, verdadeiramente, não me falta nada. Ai que me falta um carro, ai que ainda não se pode dizer que tenho um trabalho porque estou só a estagiar, ai que tenho mais saudades da minha família do que posts estúpidos neste blog (...). Falo de coisas basilares: tenho carta, tenho família, tenho a hipótese de daqui a 2 meses vir a ter trabalho, e isso sim é o importante. Isto para dizer que neste momento nada do que é verdadeiramente importante na vida de uma pessoa me falta.
Há dois meses eu nunca diria isto, porque não conseguir um trabalho em jornalismo era das coisas que mais me doía. Não arranjar trabalho frustrou-me muito e causou-me muitos dissabores que não vale a pena estar a recordar hoje. É incrível a importância que um emprego pode ter. Noto isso ainda mais desde que comecei a estagiar... Noto que estou muito mais feliz, muito menos rezingona. Deixei de me sentir frustrada, esta é a verdade.
Arre que hoje pareço o meu pai, perco-me em divagações! O que eu queria com este post era dizer que, quando se tem à nossa volta pessoas como as que eu tenho, fazer anos é delicioso. De uma delícia capaz de me fazer esquecer que já tenho 23, e que qualquer dia já tenho 30, e que qualquer outro dia já estou a fazer um testamento.
O meu namorado foi passar o fim-de-semana ao Porto. A minha mãe entupiu-me com doces (eu já lhe disse que quando a empresa dela falir que ela tem de abrir um negócio de doçaria). Ganhei presentes! Pus a minha avó a 'tocar' guitarra e tirei-lhe fotos. A minha prima veio de Matosinhos à meia-noite com um bolo acabadinho de fazer e com um CD do senhor que eu curiosamente postei no post anterior, e autografadíssimo! Pouco depois da meia-noite liguei a TV e estava a dar o Amélie. Se me dessem a escolher um filme para o meu aniversário, não me ocorreria melhor filme e melhor banda sonora. Recebi montes de mensagens de parabéns no tlmv, no facebook, no fórum dos Pearl Jam. Esteve sol. Estive em Minha casa. Matei as saudades e agora que já estou em Lisboa elas já me esmagaram outra vez.
Os 22 foram amargos. Algo me diz que os 23 me vão compensar.
7 comentários:
Parabéns, em todo o caso.
Parabens atrasados :)
E o amélie est l'amour.
Também eu queria ter 23...
Parabéns.
Sara, muitos parabéns, apesar de chegarem com um dia de atraso.
Gosto de ver esse optimismo todo, e a maneira serena com que encaras a vida, um passo de cada vez e distinguindo aquilo que é verdadeiramente importante daquilo que é acessório... nunca me enganaste!
É por isto tudo que eu gosto de te ler, miúda! :)
Parabéns
:-)))
Ai fizeste anos!?...
Parabéns!
]:)
Essa prima de Matosinhos tem pinta de ser uma gaja mesmo fixe.
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