O PSD já não tinha candidatos que chegassem. Não. Tinha de se candidatar também à liderança do partido o cabeça de lista das eleições europeias, por sinal eleito e, por sinal também, a fazer o trabalho que lhe compete em Bruxelas. Um nadinha afastado de Portugal. Ainda assim, não tão afastado já que ontem conseguiu puxar todas as atenções para si próprio, quando disse em Bruxelas que isto aqui em Portugal é uma espécie de ditadura, e que Mário Crespo deixou de ser colunista no JN por manobras do governo.
Agora que o povo já se lembra que Paulo Rangel ainda é vivo, porque ontem lá teve direito às atenções todas da imprensa, pimbas, hoje vai anunciar a sua candidatura à liderança do PSD.
Noto aqui um padrão neste partido. É gente que parece não ter muita queda para cumprir os mandatos para os quais se candidata - logo, ninguém os obrigou - até ao fim. Sobretudo um cavalheiro cujo mote para derrotar Elisa Ferreira nas eleições europeias foi algo do tipo 'Sua bandida, a candidatar-se à Europa e ao Porto, eu cá cumpro os meus compromissos!'.
E eu se tivesse de votar em alguém para primeiro-ministro do meu país, ou mesmo para líder do meu partido, ia mesmo pensar: Hum, gosto deste indivíduo. Mal lhe cheirou a algo melhor, abandonou imediatamente o compromisso que tinha assumido anteriormente. É um homem de palavra, vou votar nele!
3 comentários:
o psd está moribundo. faz-me lembrar o benfica de há uns anos atrás...
pessoalmente eu não votaria no rangel para primeiro ministro, mas não acho assim tão grave ele candidatar-se à liderança tendo o mandato de deputado europeu a decorrer.
se assinares contrato com uma empresa para ires para determinado departamento por 3 anos e passado uns tempos surgir uma vaga para a direcção desse departamento e tu te candidatares a ela, não és uma pessoa de palavra?
eu não acho que não sejas, não é por aí que se avalia isso.
contudo fica-lhe mal fazer isto quando atacou tanto (e bem) a elisa ferreira e a ana gomes.
Afectado, quando o compromisso envolve os votos de um país inteiro, não acho que as situações sejam comparáveis. Imagina que o país votou nele em detrimento de Vital Moreira. É como trair o voto de confiança dos portugueses, é trair a própria palavra.
Por falar em trair a palavra:
"Eu digo aqui peremptoriamente que não estou nessa corrida por uma razão muito simples. Fui eleito para o Parlamento Europeu há pouco mais de quatro meses e, portanto não faria sentido neste momento que me candidatasse à liderança. Seria um mau sinal para a democracia".
(Paulo Rangel, 29 de Outubro de 2009, na RTP1)
"Já tive oportunidade de esclarecer claramente que se trata de uma intriga baseada em factos falsos e não sei de quem, já que se trata de uma constatação objectiva. Não estou melindrado nem aborrecido com ninguém. Trata-se apenas de uma intriga que envolve o doutor Marcelo e o Presidente da Comissão Europeia e uma intriga que não vou alimentar. Portanto, sobre isso, não vou dizer rigorosamente nada".
(Paulo Rangel, 30 de Janeiro de 2010, reagindo a uma manchete do semanário Sol que já o dava como candidato à liderança do PSD)
via: http://albergueespanhol.blogs.sapo.pt/97461.html?view=412597
Isto para mim é falta de carácter.
percebo o teu ponto de vista, apesar de não partilhar a conclusão.
quanto a essas afirmações que ele fez, aí sim, estamos 100% de acordo.
e tal como disse, eu não votaria nele. quando foi deputado do parlamento foi o mais faltoso... cerca de 30% de faltas. isso para mim diz tudo...
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