Em Maio passado, a Tyco Electronics, uma empresa [multinacional] de componentes para o sector automóvel, iniciou um processo de despedimento colectivo de 110 trabalhadores, que foi concretizado em Agosto passado. Segundo a empresa, o despedimento colectivo devia-se a redução das encomendas e a uma estratégia de chegar a Agosto sem prejuízos.
Pouco tempo depois da concretização do despedimento colectivo, o Centro de Emprego começou a chamar alguns dos antigos trabalhadores da empresa. Rogério Silva dirigente do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI) declarou à comunicação social:
"São trabalhadores com 32 anos de antiguidade e que foram aliciados a regressar à empresa em condições precárias, com uma supressão de direitos contratuais que são aplicados a outros trabalhadores e com uma remuneração consideravelmente abaixo da praticada no âmbito da contratação colectiva".
O SIESI considera que se trata de uma situação escandalosa e vergonhosa, da responsabilidade do governo que "não teve a devida atenção com uma multinacional que celebrou um contrato com o Estado Português que ronda os 23 milhões de euros". in Esquerda.net
Temos aqui uma espécie de recorde mundial, um feito louvável: esta empresa em Agosto está no centro desta crise avassaladora, o que a obriga a fazer um despedimento colectivo de 110 trabalhadores, mas em Setembro a crise já lhe passou e ela está pronta a receber de volta os mesmos trabalhadores!!! Este sim é um sinal real de que a crise já passou! Iupiiiii!
Mais: esta empresa podia ter ido chamar uns trabalhadores quaisquer, sem se preocupar em reaver os seus funcionários de anos e anos... Mas não! A Tyco, esta empresa de nome fofinho, fez questão de voltar a dar a mão a estes companheiros que tanto dinheirinho já devem ter dado a ganhar aos seus superiores. Além disso, é gente que já conhece o trabalho. Bem melhor do que voltar a ensinar tudo aos novatos. E para os aliciar o que é que faz? Contrata-os a partir de uma empresa de trabalho temporário!!!!!! Estes trabalhadores recebem uma proposta de voltarem ao sítio de onde foram despedidos há uma dúzia de dias, mas agora sem direitos nenhuns e com um salário bem menor. Assim trabalham o mesmo e por muito menos dinheiro e sem qualquer garantia de que amanhã ainda lá estarão. Nunca se sabe se, sei lá, a seguir ao Natal há outra mega-crise e eles vão todos para a rua outra vez. A boa notícia é que passados 15 dias a crise já pode ter passado e podem regressar. Onde é que me inscrevo? Também quero trabalhar na Tyco!
Ah, sem esquecer que estes trabalhadores ainda estão a contribuir para a economia, cedendo uma bela parte do salário do seu trabalho para a tal empresa de trabalho temporário. Um exemplo de altruísmo.
Pasme-se quem pensa que isto é anormal nos dias de hoje. Quantas empresas não têm despedido trabalhadores com contrato - daqueles contratos a sério - e com direitos, para a seguir contratar servos a recibos verdes ou peões vindos de empresas de trabalho temporário? Ah, sem esquecer estagiários que recebem zero ou umas senhas de almoço. Provavelmente aqui a única inovação é a lata da Tyco de ter tentado ir buscar os mesmos! Ainda dizem que em Portugal não se inova? Tss, tss...
Temos aqui uma espécie de recorde mundial, um feito louvável: esta empresa em Agosto está no centro desta crise avassaladora, o que a obriga a fazer um despedimento colectivo de 110 trabalhadores, mas em Setembro a crise já lhe passou e ela está pronta a receber de volta os mesmos trabalhadores!!! Este sim é um sinal real de que a crise já passou! Iupiiiii!
Mais: esta empresa podia ter ido chamar uns trabalhadores quaisquer, sem se preocupar em reaver os seus funcionários de anos e anos... Mas não! A Tyco, esta empresa de nome fofinho, fez questão de voltar a dar a mão a estes companheiros que tanto dinheirinho já devem ter dado a ganhar aos seus superiores. Além disso, é gente que já conhece o trabalho. Bem melhor do que voltar a ensinar tudo aos novatos. E para os aliciar o que é que faz? Contrata-os a partir de uma empresa de trabalho temporário!!!!!! Estes trabalhadores recebem uma proposta de voltarem ao sítio de onde foram despedidos há uma dúzia de dias, mas agora sem direitos nenhuns e com um salário bem menor. Assim trabalham o mesmo e por muito menos dinheiro e sem qualquer garantia de que amanhã ainda lá estarão. Nunca se sabe se, sei lá, a seguir ao Natal há outra mega-crise e eles vão todos para a rua outra vez. A boa notícia é que passados 15 dias a crise já pode ter passado e podem regressar. Onde é que me inscrevo? Também quero trabalhar na Tyco!
Ah, sem esquecer que estes trabalhadores ainda estão a contribuir para a economia, cedendo uma bela parte do salário do seu trabalho para a tal empresa de trabalho temporário. Um exemplo de altruísmo.
Pasme-se quem pensa que isto é anormal nos dias de hoje. Quantas empresas não têm despedido trabalhadores com contrato - daqueles contratos a sério - e com direitos, para a seguir contratar servos a recibos verdes ou peões vindos de empresas de trabalho temporário? Ah, sem esquecer estagiários que recebem zero ou umas senhas de almoço. Provavelmente aqui a única inovação é a lata da Tyco de ter tentado ir buscar os mesmos! Ainda dizem que em Portugal não se inova? Tss, tss...
3 comentários:
É triste, é escandaloso, e eu nem sei o que hei-de dizer... Mas o que é preciso é defender as empresas!! Cambada de calhordas é o que estes supostos "empresários" são!
Sara, a quantidade de empresas que se aproveitou da "Crise" para fazer "limpezas" é vergonhosa.
Deveriam ser castigadas, e com mão muito pesada... mas qual quê?! Ainda vais ouvir o PM a gabar-se de que afinal a Tyco até conseguiu reabilitar-se e criar empregos... não duvides.
Tycos é o que mais há por aí
Depois a culpa é sempre dos empregados, nunca dos empregadores... Isto deixa-me doente!
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