18 junho, 2009

Nápoles

Hoje foi dia de finalmente organizar as centenas de fotos que já tinha relevado há um ano. Passados uns meses tinha começado a coloca-las por datas em montinhos até que tive de interromper. Até agora. Eu sou assim, começo mil coisas e acabo 3 ou 4, e só passado muito tempo. No fundo sou uma fraude...

Foto puxa lembrança, lembrança puxa postais, os postais puxaram Itália e fui desenterrar caixinhas cheias de papeis, cartas recebidas, bilhetes de museus ou autocarros e, claro, os postais. Dei com um que comprei em Nápoles,e em que tinha feito uns rabiscos na parte de trás:


Sono, ressacas, trânsito caótico, identidade. Em Nápoles, a primeira coisa que vi foi um acidente, a um palmo do meu nariz. Nos passeios, quem dita as regras são as motas.
Na t
erra onde nasceu a pizza almocei uma sande! Ruas sujas, um homem nu deitado nas rochas aproveitando o sol do fim de Outubro, outro que corria à beira mar em fato de licra roto no traseiro. Vi um cão de lenço vermelho ao pescoço sentado no banco do condutor de um carro; vi uma noiva que nem para a fotografia do casamento sorriu, enquanto que num poste lá próximo estão presos cadeados de amor eterno. As ruas estreitas, repletas de casas velhas, fizeram-me regressar à minha Ribeira.
Em Nápoles, o Maradona ainda é rei.

Em Nápoles, vi uma bandeira portuguesa hasteada no centro da cidade sem motivo aparentemente nenhum que não meramente decorativo.

Já disse que amo Itália?
26-10-2007




Bem lá no fundo, mais fundo da fraude que sou, da chata que reclama de tudo que sei ser, sou uma lamechas do mais reles que há e que ainda por cima não o sabe (não quer?) disfarçar...
(:

2 comentários:

Anónimo disse...

Deixa lá, eu também sou uma autêntica fraude...mas orgulhosa disso =b

prl disse...

És lamechas sim, mas és uma lamechas linda :P

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